domingo, 21 de fevereiro de 2016

Para o meu/minha/s próximo/a/s companheiro/a/s


Olá rapaz/moça/s, tudo bem?
É provável que tenhamos nos acabado de conhecer.., Numa balada, numa festa, num reggae, num sarau, na rua, no Tinder, no Scruff, no Badoo, no Bate-papo Uol, etc. É provável que algumas expectativas silenciosas tenham pairado em nossas mentes e um pacto silencioso tenham sido selado no momento em que nos beijamos ou abraçamos ou transamos. Dessa emoção gostosa que é estar apaixonado, cada um de nós deve ter traçado planos impossíveis de serem cumpridos respeitando as leis da física mas que nos dá aquela velha sensação de aconchego.
Você deve ter reparado no modo com eu sorrio para aliviar a tensão, hábito esse que estou tentando superar. Eu reparei no modo como se senta ou cruza as mãos; a linha que sua boca forma quando tenta esconder o sorriso ou modo que seus olhos brilham quando você está um pouco  ébrio/a. Tenho que confessar que esses pequenos detalhes são irresistíveis em você. O modo como você passa a mão sobre os cabelos ou fica desconcertado quando eu lanço um elogio utilizando do velho charme dos nascidos sob o sol em Leão. Não sei se você é ligado/a em astrologia, mas eu adoro esse assunto e antes que eu me esqueça: tenho Vênus em Virgem na casa III.
Sou ligado e apaixonado por detalhes. Tenha certeza que eu já investiguei toda a sua vida  e se eu retribui seu “oi” desajeitado do outro dia foi porque eu realmente quis. Sou complicado, multiplo, cheio de meandros e melindres, sincero, romântico, insistente, acredito no poder do diálogo, disposto a chegar a denominadores comuns, sangue quente, apaixonado e cheio de defeitos. Defeitos esse que não procuro usar como desculpas para as minhas besteiras. Defeitos esses que não vou e nem quero colocar nas suas costas, apenas coloco-os nessas linhas para que não haja um “eu não sabia que você era assim” ou “que decepção”. Sou um ciumente em desconstrução. Sentimento esse que já azedou muitos relacionamentos,  mas não quero que continue assim. Sentimento esse que surge no momento em que perco a confiança na pessoa. E confiança para mim é extremamente necessário.
O que posso dizer mais?
Tenho o coração um pouco endurecido pelas quedas da vida, que apesar da pouca  idade, vivi bastante e tanto mais tenho para viver. Perdoa minhas crises de pessimismo. Perdoa minha falta de fé e desconfiança de algumas coisas – são momentos de céu nublado aos quais, talvez pela idade ou pela sempre presente auto – cobrança, aparecem e creio serem necessários para que eu descubra minha própria força. Novamente: estou descrevendo essas coisas não para que sejas passivo/a em relação a elas nem quero colocá-las sobre seu colo para que desarme essa bomba – apenas para seu prévio conhecimento.
Busco parcerias, pessoas que voem junto, aventuras, troca de ideias, longas conversas, diálogo, alegria, prazer, novidades e companheirismo. São requisitos meio exigentes de minha parte, reconheço, mas reconheço também a capacidade de evoluir-mos junto/a/s! Tudo a seu  (nosso) tempo... A nossa configuração relacional pouco importa, podemos ser abertos, fechados, permeáveis, apenas que tenhamos conciência de nossos acordos, afinal, isso é um contrato social. Mais que conscientes, gostaria que nunca aprendêssemos a mentir para o outro. Lealdade é mais bonita que fidelidade e o que é combinado não sai caro.
Espero não ter afujentado você com tantas exigências, mas gosto das coisas às claras.
Espero não magoá-lo/a/s. Espero ser capaz de dar tanto amor quanto eu recebo e que nosso jardim esteja sempre cheio de borboletas, como diria Manoel de Barros.  E esteja certo/a que eu gosto de cuidar de jardins...
No mais, saiba que meu amor mora nos detalhes. Esteja atento a eles. Sou fácil de ser conquistado. Melhorarei a cada dia e procurarei vencer meus defeitos, para que a você reste apenas o melhor de mim.

Sinceramente seu,

Uigue.

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