Então, tá foda.
Tá foda a vida emocional, financeira, acadêmica, familiar, interpessoal... tudo. Por favor, falem ao chefe de RH da vida que eu me demito.
Já fazem três anos que meu tio Getúlio, um dos principais alicerces emocionais e financeiros que eu tinha, faleceu. Eu simplesmente desmoronei. A dor foi profunda demais e até hoje há marcas em mim. Fora que desde então, eu nunca mais tive CASA para morar. Foi pulando de casa "dos outros" em casa "dos outros", passando uma temporada morando sozinho, que diga-se de passagem foi um desastre e quase morri de anemia.
Faz um ano e alguns meses que eu perdi meu maior tesouro e minha rainha: minha avó França. Novamente, perdi uns do pilares que me sustentava emocional e financeiramente.
Nesse pouco mais de 3 anos, eu convivi constantemente com a perda. Perdi meu conforto, minha paz, minha casa, minha internet banda larga, minha coleção de histórias em quadrinhos, meus livros, dinheiro, minha fé, minha esperança e também amores. Muitos de vocês, ao lerem isso, vão me julgar. Vão me tachar de infantil, imaturo e dizer, até mesmo, que já passaram por tudo isso (citando um certo alguém "Falta de dinheiro? Já passei. Perder familiar? já passei. Amor não correspondido? já passei. E estou aqui).
A essas pessoas que irão me julgar e que irão me falar essas coisas, eu, primeiramente, gostaria que elas fossem "tomar" em seus respectivos ânus. Segundo, gostaria de dizer que cada um sabe onde dói e cada um tem sua maneira própria de lidar com as coisas, não me entendam mal, não estou aqui me fazendo de vítima, não estou aqui lamentando minha vida por lamentar, estou apenas tentando me aliviar desse complexo de Atlas.
Já dizia o 30 Seconds To Mars em "Up In The Air":
Eu estive no ar
Fora da minha cabeça
Preso em um momento de emoções que eu destruí.
Isso é o fim que eu sinto?
No Ar,
Fudido na vida
Todas as leis que eu quebrei,
Amores que eu sacrifiquei.
Esse é o fim?
(...)
Mil vezes eu tentei o destino.
Mil vezes eu joguei esse jogo,
Mil vezes que eu tenho dito (...)
Eu estou cansado. Estou derrotado. Não consigo mais ver algo a frente. Não consigo mais sentir qualquer esperança. Tô muito triste e só recebendo pancada de pessoas que eu gosto, mas talvez o sentimento não seja recíproco. Talvez eu seja idiota demais para ver quem realmente se importa comigo e deixar esses falsos amigos para trás. Talvez eu não seja o leão que eu vejo no espelho e sim, apenas um gato de rua, largado ao relento e exposto a todo tipo de adversidade.
Tô desesperado.
Sem amor, sem dinheiro, sem saber direito o que vai ser da minha faculdade, sem saber o que fazer da minha vida, sem emprego, sem direito até de morrer. Sem nada.
Só preciso saber quando é que isso tudo passa e como é que eu consigo chegar até lá.
Não consigo mais seguir sozinho.
Bem, é isso.
