terça-feira, 1 de dezembro de 2015

um amor na trincheira

Assisti hoje o filme "Um Amor na Trincheira" (Soldier's Girl) e garota...
que marimba pesada de segurar!
Chorei o filme todo pois maria mole. Chorona.
 O filme conta a história de Cali, uma transexual que faz shows no bar "Visions", e o cadete Barry Winchell que foi recém transferido para uma base americana da artilharia aérea e conhece a moça no bar onde ela trabalha e se apaixona. A história gira em torno dessa descoberta (ou não, pois ela sendo uma mulher e ele heterossexual, não houve tanta mudança alguma - inclusive essa discussão de gênero fica implícita no filme) sexual dele e o amor dos dois.
O Barry passa por muito preconceito e zombaria dentro do batalhão, principalmente dos "amigos" e mesmo assim não se limita de viver seus sentimentos e isso é bonito - quem dera, todo mundo fosse assim. Rola bastante treta, e como bom filme de bicha, ele morre no final. Vítima do patriarcado, vítima do machismo, da homofobia e todo o pacote de opressões.
Dá pra fazer altas reflexões sobre gênero, sobre as faces da lgbtfobia, a natureza do amor e das relações afetivo-sexuais. Dá pra refletir até sobre o Vigiar e Punir, da garota Focault. Pra quem é militante, super recomendo. E pra quem não é: recomendo também !
Lee Pace gostoso <3


Sinopse: O filme conta a história real do soldado Barry Winchell da 101st Airborne Division que viveu um amor proibido com uma mulher transexual. Numa das idas com os colegas durante as folgas a uma boate em Nashville ele é cativado pela belíssima cantora Calpernia Addams.







eram cinco pretinhos

No última sábado (28/11), policiais militares (do 41º BPM - Rio de Janeiro) fuzilaram o carro de cinco jovens negros que voltavam do Parque de Madureira no Morro da Lagartixa.
Acusação? Nenhuma cabível.
Apenas ratificaram que  dois dos cinco jovens têm passagem pela polícia: uma anotação criminal por tráfico e uma por furto.
Eram cinco pretinhos.
Cinco sonhos.
Cinco vidas interrompidas.
Fuzilados!
Como animais!
Fuzilados como na guerra!
Nessa guerra que o inimigo é só um: quem tem pele escura.
3 g de maconha no bolso: TRAFICANTE LADRÃO BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO
1 tonelada de cocaína em helicóptero de senador: "deve ter havido um engano"; varrido pra debaixo do tapete.

E assim segue a matança. 
Assim segue a agenda genocida do Estado.
Assim segue segue a criminalização do pobre nesse sistema imundo capitalista.
Assim segue essa política de insegurança pública.
Assim segue polícia que só protege a si mesma e o patrimônio do estado.
Se liga, você, irmã preta, irmão preto, os gambé não vem só pros maconheiro, pros "metido com coisa errada não".
NÃO SE ENGANE!
REAJA!
É tempo de insurgir contra essa política de matança!
REAJA!

"Vai vendo sem custódio
Aguarde cenas no próximo episódio
Cês diz que nosso pau é grande
Espera até ver nosso ódio
Por mais que você corra irmão

Pra sua guerra vão nem se lixar
Esse é o xis da questão
Já viu eles chorar pela cor do orixá?
E os camburão o que são?
Negreiros a retraficar
Favela ainda é senzala jão
Bomba relógio prestes a estourar"


Ògún vai na frente. 

vamos saudar a mandioca


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

com um quê de lirismo



tem uma parte de mim que é pura flor
sensibilidade, amor
e uma pitadinha de dor

tem horas que nem sei, nem me reconheço
me escondo dentro dessa carapaça feita de coral e orgulho
pra defender de mim mesmo

só sei 
que triste é
ser sonhador.




quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Hello.

Olá,
aqui estamos de novo.
perdidos e quebrados por dentro.
sufocados pelo amor um do outro.
o que fazer?
será mesmo que este é nosso tempo?
será que nosso tempo já passou?
não sei.
tenho medo de saber.
sinto muito.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

breathe out, breathe in

Não se mate
Carlos, sossegue, o amoré isso que você está vendo:hoje beija, amanhã não beija,depois de amanhã é domingoe segunda-feira ninguém sabeo que será.
Inútil você resistirou mesmo suicidar-se.Não se mate, oh não se mate,Reserve-se todo paraas bodas que ninguém sabequando virão,se é que virão.

- Drummond


Não, Criolo, não é só em SP.
Desamor é uma constante - não existe amor em lugar nenhum.
São Paulo só lançou tendência.  

terça-feira, 14 de abril de 2015

a modernidade fluida.

Ainda ontem conversava com um amigo sobre a problemática do botão de curtir do Facebook. De como uma simples função de uma ferramenta de socialização virtual complexificou tanto a vida em sociedade. A natureza das relações se complexificaram a um nível extremo. Um simples "curtir" pode dizer tudo e inclusive nada. Pode ser capaz de desencadear complexos da psique do ser.
É a pós.

  A modernidade fluida com sua ideia de desconstruir paradigmas problematizou MUITO a vida do ser humano e suas relações. E os posicionamentos são ainda mais loucos. Há pessoas que a endeusam. Há gente que a demoniza. A gente que a endeusa e a demoniza. Há gente que nem endeusa e nem demoniza, mas idolatra e por ai vai.
Fico com o caminho do meio. Se é que existe um meio.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

untitled


São tempos difíceis para os sonhadores...

countdown - day 0

Estou encerrando a contagem.
Algumas coisas aconteceram e a esperança foi perdida...
não vale a pena :c
Estou miseravelmente triste; mas a gente só evolui quando acontece coisa ruim.
Pra frente é que se anda.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

countdown - day 4.1

Se coisa ruim faz a gente crescer
E todo esse clichê
Já nem caibo mais na casa
Não caibo mais aqui

Pálido, doente
Rendido e decadente
Viver parece mesmo
Coisa de insistente


A postura combativa
Ainda tô aqui viva
Um pouco mais triste
Mas muito mais forte



countdown - day 3 e 4

Daqueles dias que a gente acorda se questionando o porquê das coisas.

Na última terça-feira fui pra cidade de Salvador, para participar de um ato em defesa da educação pública no estado. Tudo estava indo muito tranquilo até eu receber umas mensagens no whatsapp de uma pessoa que dizia está sendo "visada" por alguém por quem eu nutro sentimentos. Eu tentei ignorar a situação e fui questionar x amadx. Seguiu-se uma discussão e, em resumo, ele disse que quem tinha começado a questão toda havia sido o "amigx" meu que o adicionou.
Desgastei-me bastante com essa situação, que nem tinha o porquê de existir.
Fiquei com dúvidas sobre a veracidade do que ambos estavam falando e preferi não mais pensar nisso.
Em lugar da dúvida, outro pensamento tomou minha cabeça: por que?
Por que que eu to fazendo tudo isso? Por que que eu estou fortalecendo algo que talvez não tenha nem mais chance de existir? Por que eu estou retalhando a minha personalidade para talvez "amar melhor"?

Pode não ter dado em nada a situação de ontem mas... criou ecos em mim.

terça-feira, 7 de abril de 2015

countdown - day 2.1


hoje, descobri que tenho transtorno obsessivo compulsivo (toc).
sou um ciumento obsessivo compulsivo.
Muitos ciumentos podem ainda apresentar comportamentos de verificação, como ligar constantemente, verificar se o parceiro estava falando a verdade, checar e-mails ou ligações no celular, entre outros. Tais comportamentos são próximos dos sintomas compulsivos, presentes no Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Eles servem para diminuir a ansiedade presente no episódio ciumento , explica a psicóloga
tudo que eu fazia rsrsrs
e fazendo uma análise mais profunda chegamos a um outro problema interno:
"Os indivíduos que sofrem desta desordem de personalidade muitas vezes se caracterizam pela sua falta de abertura e flexibilidade, não só em suas rotinas diárias, mas também com as relações interpessoais e expectativas. A imensa preocupação com asseio, perfeccionismo e controle de suas vidas e de suas relações ocupam grande parte de sua vida."
assim como eu já tinha descoberto com a ajuda da terapeuta, tudo isso vem de uma auto-cobrança fortíssima que eu costumo empregar em mim.
como lidar com isso ?
passei minha tarde toda quebrando a cabeça com isso.
reconhecendo situações, inclusive, que eu agi feito um louco. de fato, eu fui um louco. não um louco como allen ginsberg, lucien carr ou jack kerouac; louco feito hannibal. :c
sinto um peso tão grande remorso tendo gasto tanto tempo lutando contra um moinho de vento... feito d. quixote.

os sintomas eu já entendi. falta agora buscar o tratamento.
e talvez esse tratamento eu já tenha encontrado; está me faltando: a leveza do ser/de ser. escreverei depois sobre isso.
bem, estamos avançando. reconhecer é o primeiro passo.

senti seu cheiro hoje mais cedo. bateu uma saudade enorme.
 :/




countdown - day 2






acordei cedo e arrumei o baú.
o velho e empoeirado baú das emoções.
e engraçado, achei você e a... Tiê.
tempão que não ouvia.
senti uma nostalgia e confrontado por velhas questões.
velhas memórias.
ah vitória...
aquela barraca ainda me provoca arrepios de excitação até hoje.

ai que saudade do teu dengo.
coração apertado.
lembranças...


Quem garante
Que o que você é
É o que o outro espera de você?

Distante
O que você me diz do que eu sinto
Não sei porque.

Quem garante
Que o que você é

É o que o outro espera de você?
Distante
O que você me diz do que eu sinto
Não sei porque.

Quem garante
Que seguindo adiante eu possa enfim viver?

Sem me comparar
Sem entristecer
Sem tentar mudar
Sem poder entender.

Não dá
Eu vou ter que sair pra poder voltar.

Me ver
Me achar
No seu olhar
Pra entender o que é o gostar.

Me ver
Me achar
No seu olhar
Pra entender o que é o gostar.

Quem garante
Que o que você é
É o que o outro enxerga?

segunda-feira, 6 de abril de 2015

countdown - day 1






era uma vez dois rapazes que se gostavam muito.
eles se gostavam tanto que começaram a se atropelar, a se sufocar...
e então deram um tempo pra pensar na vida.

(não é o fim... por enquanto)

basicamente é o que aconteceu.
uma coisa que já deveria ter sido feita a tempos pelos dois e nenhum teve coragem.
amor é isso ai que você tá vendo, se afroxa desfaz, se aperta vira nó e a medida certa? ninguém sabe.
eu tomei a decisão. sinto e sei que errei muito, erros feios e incontornáveis. houveram estímulos para minhas atitudes. ambos erraram. mas o que fazer agora em diante?
não sei.
sinto vontade de chorar, correr atrás dele. sinto vontade de me jogar nos pés dele e pedir perdão por todas as coisas... mas não vai adiantar. dizem que o tempo cura as feridas... se não as cura, talvez abrande.
serão vinte e quatro longos dias.
um desafio a transformação e reforma interna.
tenho muitos medos em relação a isso. logo depois que propus me arrependi. mas a vida é construída em partes por arrependimentos. tenho medo que seja um fim definitivo e que ele ou eu encontremos outras pessoas nesse espaço de tempo. pode ser um medo bobo, mas tudo é possível.

quem sabe o que vem depois?
não sei.
sempre temi a incerteza. um dos meus poucos medos (e cobras... deus, eu tenho fobia horrorosa a cobras).
espero sair melhor do que eu entrei.



INCLUSIVE:


Como dói perceber

Por tão pouco a hora de terminar
Porque simples, naturalmente
Tudo tem que acabar
Eu sei que morres por mim
Vives por mim
E tudo que eu não sou capaz
Porque sabes que às vezes o que eu sinto é medo
Mas te tenho em mim, vivo em mim
No interior e neste coração ferido
Por isso te peço por favor:
Ensina-me a querer-te um pouco mais
E a sentir contigo
O amor que tu me dás
Pra aquecer o frio
Quero te beijar!
Ensina-me a querer-te um pouco mais
Pra viver contigo
Já não agüento esperar
Tudo está vazio
Quero te beijar!
Basta um olhar 
Pra chegar logo ao final
Tenho que reconhecer
Que o que fiz eu me dei mal
Por isso vou aprender
Vou te seguir
Vou te abraçar bem mais e mais
E não quero, e não devo,
E não posso errar duas vezes
Porque te tenho em mim,
Vivo em mim
No interior e neste coração ferido
Por isso te peço por favor:
Ensina-me a querer-te um pouco mais
E a sentir contigo
O amor que tu me dás
Pra aquecer o frio
Quero te beijar!
"Como dói perceber
Por tão pouco a hora de terminar
Porque simples, naturalmente
Tudo tem que acabar"
Ensina-me...
e a sentir contigo...
Pra aquecer do frio
Quero te beijar!
Ensina-me
A querer-te um pouco mais
Pra viver contigo
Já não agüento esperar 
Tudo está vazio
Quero te beijar.




tá dialogando.

tirando a poeira (ou como colocar pra fora toda a sua raiva numa segunda-feira ruim sem precisar agredir ninguém)







Bem, jovens, já faz um tempinho que não escrevo aqui né?
Nem uma dosezinha de mimimi que eu sei que você adoram (sei pelos acessos do blog). Creio que eu seja porta-voz do que muitos sentem e não tem a coragem de dizer.
Sei também que muitas vezes devo soar com uma criança clamando por atenção ou alguém em vias de uma depressão. Sim, sou os dois.
Escrevo porque é através da escrita que eu coloco para fora tudo que meu Mercúrio em Câncer não deixa exprimir em palavras. Escrevo, pois, é na escrita que eu choro tudo que não sou capaz de colocar para fora. Escrevo para expor ao mundo os dramas que todos nós passamos e poucos, ou quase ninguém, tem coragem de por pra fora.
Escrevo, pois é na escrita que eu me realizo. É na escrita e na auto-expressão (Mercúrio na casa I) que eu faço uma auto-análise e tenho mais ciência do meu lugar no espaço.

Esses meus últimos meses tem sido puxados. Tanto para bem quanto para o mal.
Tem sido meses de aprendizado e autoconhecimento. Engraçado, eu falo disso desde quando iniciei o blog... Talvez esses tenham sido meses mais intensos ou aprendi uma verdade básica da vida: não chegará nunca na vida um momento estanque; um momento que a deixa de se conhecer e passa a aprender tudo sobre nós mesmos. O autoconhecimento é um aprendizado para a vida toda.
MAS existem pessoas que SE ACHAM no direito de ditar o que as outras devem ser ou não e isso, meu caro, é muito ruim. Porém: assunto para um outro momento.
Tenho enxergado que quem é de verdade, não faz tanto esforço para ser e o que é seu nunca vai embora porque: seu tesouro se encontra onde você está (Obrigado, Kinho).
Tenho enxergado que a raiz e a solução de todos os problemas estão em nós mesmos.
Estes tem sido os meus últimos meses.
Tô aprendendo a fazer origami do meu papel de trouxa.
Ganhei um gato, Himeros. Que no fim, era gata. Vênus.
Tenho feito filtros dos sonhos, que são lindos, modéstia a parte.
Trabalhado.
Estudado.
E me fudido.
Mas encontrei uma coisa nova, que talvez eu nunca tenha usado. Tirei lá do fundo do baú do inconsciente e dei um sacode pra tirar a poeira. Encontrei ela como quem encontra um ente querido: Esperança.

Evoluir sempre!


P.S.: Estou mais calmo que no começo desse texto uahsuadh.
Obg, blog.



quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

If you wanna stay...

... just stay.
if you wanna go, just go...
Anyway...
I don't wanna fight no more.

recado dado.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O Corvo, Edgar Allan Poe






Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
“Uma visita”, eu me disse, “está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais.” 
  

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu’ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P’ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais! 
  

Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
“É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais”. 
  

E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
“Senhor”, eu disse, “ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi…” E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais. 

A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais. 

Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
“Por certo”, disse eu, “aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.”
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
“É o vento, e nada mais.” 

Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais. 

E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
“Tens o aspecto tosquiado”, disse eu, “mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais.”
Disse o corvo, “Nunca mais”. 

Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome “Nunca mais”. 

Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, “Amigo, sonhos – mortais
Todos – todos já se foram. Amanhão também te vais”.
Disse o corvo, “Nunca mais”. 

A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
“Por certo”, disse eu, “são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp’rança de seu canto cheio de ais
Era este “Nunca mais”. 

Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu’ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele “Nunca mais”. 

Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo one ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais! 

Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
“Maldito!”, a mim disse, “deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!”
Disse o corvo, “Nunca mais”. 

“Profeta”, disse eu, “profeta – ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, “Nunca mais”. 

“Profeta”, disse eu, “profeta – ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Édem de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!”
Disse o corvo, “Nunca mais”.

“Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!”, eu disse. “Parte!
Torna à noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!”
Disse o corvo, “Nunca mais”. 

E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á… nunca mais!

Antes de ir

Não quero mais brincar dessa brincadeira de machucar meu coração.

:c

hoje.

Acordei hoje com o coração pesado.
Não sei explicar o que eu tô sentindo só sei que... não queria sentir isso.

É necessário...

Pensamentos Paralelos

- Caroline Brandão




domingo, 18 de janeiro de 2015

Insegurança

Onde já se viu? Um leonino com ascendente em Gêmeos e Lua em Áries ter uma autoestima tão baixa?!

Se acalma, Uigue, as coisas são assim mesmo como você está vendo...

O Silêncio pt. 3

O silêncio de quando estou sozinho é aquele que eu mais gosto mas também é o que mais me oprime;
É o silêncio do grito calado.
É o silêncio do quarto fechado, do coração massacrado...
É o silêncio das palavras não ditas.
Do amor não vivido... idealizado-o-o-o.
Silêncio da canseira.
Silêncio dos Inocentes.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

How beautiful could a being be?

Cuida bem da tua forma de ser
Amanhã o dia vai ser diferente de outro dia. 

(...)

E no fundo, bem no fundo
Você sabe como 
Isso é legal
Ver alguém que entenda essa sua transição
How beautiful could a being be?
 - Tulipa Ruiz





quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Constatação

Oh a vida como é comigo. Mercúrio é o que cuida do intelecto no mapa astral e o meu é num signo ligado a emoção (câncer) e vênus é o que cuida do amor e o meu está num signo extremamente racional (virgem). Conclusão: eu sou um bug astrológico-  o que é pra pensar eu sinto e o que é pra sentir eu penso!

No fim, todos mentem.

Toda percepção que temos do outro é só isso: percepção.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O Silêncio pt. 2


Silêncio!
Ouve apenas tua voz interior.
Recorda o primeiro instante:
estamos além das palavras.

- Rumi

Sem título.

Eu odeio você.
Odeio você quando vejo meus olhos marejados de lágrimas.
Odeio você quando sinto essas lágrimas que não tem validade alguma.
Odeio você quando eu o ouço dizer coisas que são sérias e você encara como levianas.
Odeio você quando ouço da sua boca o mesmo argumento: "eu estou te prendendo?"
Odeio você quando eu penso o quão cego você é.
Odeio você quando eu percebo que luto em vão.
Odeio você quando eu caio na sua armadilha de amor.
Odeio você quando eu me perco na minha raiva e não consigo rebater suas acusações levianas.
Odeio você quando eu não consigo retirar esse poder que eu te dei sobre a minha vida.
Odeio você quando eu sinto que te amo.
Odeio você quando eu lembro que te amei.
Eu odeio você por me fazer sentir menos que nada.
Aproveite-me no chão, pois quando eu me levantar...


"Me balança mas não me destrói
Por que chumbo trocado não dói
Eu não como na mão de quem brinca com a minha emoção"



"Por que você não vai embora de vez?
Por que não me liberta dessa paixão?
Por quê?
Por que você não diz que não me quer mais?
Por que não deixa livre o meu coração?
Mas tem que me prender
Tem que seduzir
Só pra me deixar louca por você
Só pra ter alguém que vive sempre ao seu dispor
Por um segundo de amor"

- Alcione

E o balde...

... continua a transbordar.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Não como na mão de quem brinca com a minha emoção.

Cada dia você faz eu me importar menos com você.

" Me balança mas não me destrói Por que chumbo trocado não dói
Eu não como na mão de quem brinca com a minha emoção
Sou mulher capaz de tudo pra te ver feliz
Mas também sou de cortar o mal pela raiz"
- Alcione

O Silêncio.

Meu silêncio diz muito sobre mim.
É o silêncio que anuncia a tempestade.
Silêncio que anuncia o nascer do sol.

Silêncio do espaço entre uma gota e outra num vazamento.

É silêncio da dor.

É o silêncio da mágoa.
É o silêncio da tristeza.
É o silêncio do cansaço, silêncio de quem cansou de dizer coisas em vão; silêncio de quem cansou de lutar.
É o silêncio das palavras não ditas.
É o silêncio do choro silencioso.
É silêncio de quem prefere se machucar a machucar o outro.
É o silêncio de uma mente pertubada.
É o silêncio sequioso de paz.

Missing pieces.

A saudade me visitou hoje. A saudade de tempos imemoriais, saudades de um tempo que não volta. Saudades do amigos que se foram. Amigos que foram pra longe e do amigo que se foi. Saudade do meu muro das maravilhas, saudades do meu mundo de maravilhas. Saudades...

Acuado.

Animal acuado só age de duas maneiras: atacando ou fugindo.
A única vontade que eu tenho é de ir embora, me jogar no mundo.
Recomeçar - apagar, resetar
Renascer
Vontade de abraçar o infinito.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Sonhos

Obatalá criou o homem e todos os seres viventes. Foi dada a Humanidade a capacidade de pensar e não tinha um momento que o homem parasse de pensar e isso o fazia definhar. Certa feita, Oxalá foi consultar Ifá, que o aconselhou a procurar a Virgem das Matas - Yewá.
Uma vez consultada, Yewá começou a trabalhar e como o mistério é seu axé, criou algo que pudesse melhorar a situação.
Fez o homem conhecer o medo e a dor.
O homem agora pensava ainda mais e estava assustado. Então, para desfazer o erro, Yewá criou o sonho.
E o homem voou, amparado pelos sonhos. E o homem gostou de voar.
E o homem dormiu. E o homem sonhou.
Então o homem não era e não seria mais o mesmo.

Asé!

ocê e eu



Vira eu, vira maluco
Vira eu, vira um doido
Vira eu, vira que eu gosto de virar ocê
Me mata, mata ocê
A gente nasce todo dia é pra viver melhor.

- Scambo

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Pingueira.

Ãs vezes, vaza tanto que perde conteúdo.
Pingueira assim sem graça; um tédio.
Tanto tédio que a gente prefere nem mais tentar conter.