domingo, 21 de fevereiro de 2016

11° Mandamento – ouvirás pop mas também problematizarás


Bom, quem acompanha o cenário do mundo pop sabe que essa semana saiu o resultado do processo movido pela cantora/hitmaker Ke$ha contra seu produtor o Dr. Luke (que assim como o Lars Von Trier – cineastra – é mundialmente conhecido por ser um machista arrogante e, por falta de palavra melhor, um cavalo com quem trabalha com ele - um capitalista típico) sob a alegação que ele teria abusado física e psicologicamente da cantora e este não foi muito positivo para ela. Infelizmente, ela não conseguiu quebrar o contrato e está ligada ainda ao tal rapaz e impedida de utilizar seu meio de sobrivência e trabalho que é a própria voz. Isso deu muito o que pensar, como por exemplo, o quanto que essas moças (digo moças porque em sua maioria são mulheres, divas pop) que ingressam no mundo do mercado pop americano sofrem. Digo mais, poderia traçar tranquilamente um paralelo com a prostituição. Distituídas de autonomia e totalmente mercatilizadas, a ponto de perderem direito até mesmo a própria identidade. Imagino o que a Ke$ha deve está passando no momento, uma vez que foi “vendida” ao Dr. Luke aos dezesseis anos e é provável que não tenha construído nenhuma outra alternativa de carreira. Vi alguns comentários de algumas pessoas descaracterizando o caso e fazendo piadas a cerca disso; que música pop não é música, é apenas comércio. E a maioria das pessoas que fizeram esses comentários eram LGBTS. Concordo em partes com a parte de que a música pop é comércio, mas ainda assim há o fato humano, há o artista! Claro que o mesmo machismo que ela está sendo vítima no momento não é o mesmo que sofrem as companheiras negras e trans no cotidiano e enquanto ela somente “perdeu a voz”, tem companheiras perdendo a vida... mas ainda assim é machismo! Mesmo ela sendo privilegiada por ser branca, ela ainda é mulher. Fico pensando no quanto que tá faltando de empatia nas pessoas. Fico pensando também onde é que nós, problematizadores, que disputamos esse espaço ideológico do facebook estamos errando.
‪#‎FreeKesha‬ 

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